Welcome to NY

New York,
Concrete jungle where dreams are made of
There's nothin' you can't do
Now you're in New York
These streets will make you feel brand new
Big lights will inspire you
Let's hear it for New York, New York, New York 


Se ainda há algo a ser dito sobre NY?...Sim, sempre. Cidades fenomenais e plurais como esta me atraem e sempre guardam surpresas. E lições.

Daí cheguei num voo pelo aeroporto de La Guardia. “Ah, imagina se vou gastar dólares em shuttle, este aeroporto fica próximo à cidade, vou é pegar o metrô.” Ah, mas não tem metrô em La Guardia, tem o ônibus que passa pelo metrô. E lá fui eu, peguei umas dicas com o guardinha, comprei meu ticket, veio o bus M60, subi minha mala e fui. Quando me toquei estava num transporte local rodando vagarosamente pelo, ora mau encarado,  bairro de Queens; o tal do ônibus ficando lotado, um povo discutindo, duas maluquetes que se gritavam enquanto não tiravam o fone do ouvido com aqueles rap nas alturas. Minha intuição me fez voltar a prestar atenção no trajeto bem na hora de descer na tal avenida Astoria. “Legal, agora é só pegar o metrô e descer em Manhattan.” Sim, claro, mas isso só depois de arrastar sua mala escadaria acima – pois não havia elevador nem cavalheiro pra ajudar – descer em Columbus Circle e caminhar até o hostel no meio de calçadas em obras. Foi o caos.  Lição nr 1: se vc chegar por La Guardia, tome a porra do shuttle! Rsrs

“Respira fundo, você está em Nova York garota”, pensei. NY não é uma cidade fácil. Na 1ª vez em que estive ali, em 2012, o deslumbramento me fez enxergar quase tudo perfeito. Mas agora ela estava sendo revisitada após uma concorrente de peso em quanto a espaço urbano organizado (Chicago) e outra em amabilidade do povo (New Orleans).
A chegada conturbada me havia feito duvidar. Há caos, o povo apressado meio que se bate nas ruas, os carros, as buzinas...mas a Big Apple não tem esse codinome e fama à toa. Ela encanta. E o bacana de voltar foi que já conhecia uma parte das atrações obrigatórias (Metropolitan Museum, Empire State, Guggenheim, ponte do Brooklyn, Battery Park, etc.), pois havia muito mais ainda para ver.
Fiz o check-in, deixei as malas no quarto (minúsculo, como a maioria, mas em frente ao Central Park e a poucas quadras de Times Square) e desci. Primeira parada, e foi sem programar: Lincoln Center. O centro de jazz é o lugar do qual mais sinto saudades em NY, são várias salas com uma programação espetacular quase todas as noites. Por USD 10 comprei um ingresso promocional para o excelente concerto da noite seguinte com Wynton Marsalis Orchestra. Até hoje não entendi se me venderam valor promo por engano, pois meu assento era muito bem localizado. O show foi incríveeeel, que músicos, que acústica maravilhosa! Aliás, em NY consumi muita cultura. Ao contrário de quando estou em Miami, ali acho um grande desperdício ficar enfiada numa Macy’s.
Sabe aqueles filmes que a gente assistia na sessão da tarde, com postos de venda de pinheiros de Natal na esquina, som de sininhos e o pessoal esquiando no Rockfeller Center? Gente, eu estava dentro desses filmessss! E aproveitei para caminhar, flanar. Ia olhando meu mapa quando um negão passou falando pra mim -“What are you looking for baby? My heart is right here!” ,  caímos na gargalhada e cada um seguiu seu caminho. O clima era festivo; adorei o Bryant Park com sua pista de gelo e tendinhas-loja cheias de gente. Fui descendo e parei pra almoçar em Greenwich Village num restôzinho de esquina perto da 11th chamado Tartine, muito gostoso e a preço justo. Ali a escala da cidade é mais “de bairro” e com aqueles town houses de tijolinhos super charmosos.
Muito, muito legal também é o Highline, uma lição de bom aproveitamento urbanísto da linha de trem abandonada. A intervenção deu tão certo que toda a região vizinha se recategorizou e os imóveis são considerados os mais “descolados” do momento. Caminhei pela Highline de ponta a ponta e peguei um taxi. Os taxis têm um painel que divide o passageiro do motorista, com uma mini tv plana e o lugar para inserir o cartão de crédito ou dinheiro. Nesse caso quem dirigia era uma colombiana chamada Norma e sua vida era como a de muitos imigrantes que vão viver ali, 25 anos em NY e com os filhos prestes a cursar a Universidade. Após um papo bacana, ela me deixou em ponto pro meu horário de visita no Top of the Rock, estrategicamente um pouco antes do entardecer para apreciar a vista de dia e de noite.
Achei mais  legal subir o Top pois assim o Empire State passa a fazer parte da paisagem , em lugar de ser ponto de observação, e se soma ao skyline mais famoso do mundo junto ao Chrysler Building e toda aquela massa de edifícios cortada por ruas e avenidas efervescentes.

 
O traçado retilíneo dos quarteirões (cada um deles mede aproxim. 240x60m) é de 1811 e está organizado em 12 avenidas de norte a sul e 155 ruas leste-oeste. Os principais pontos de encontro ocorrem justamente onde essa trama se “rompe”, por exemplo na Broadway onde se forma o Times Square, coração da ilha e repleto de figuraças. Sentar ali enquanto se come um kebab comprado nos food trucks de rua é divertido, só pra observar o povo rsrs.
Daí recebi o telefonema de um australiano que havia feito amizade comigo no hostel de New Orleans, ele também estava em NY e a idéia era ir tomar um drink, então a metida a guia turística aqui resolveu dar a dica: Guantanamera Cuban Bar, ali perto da 9th. E terminei bailando uns bons mambos e salsas, com música ao vivo e tudo!
Que loucura, no dia seguinte eu estava em Little Italy comendo pizza e tomando uma birra Moretti!! Os italianos são parte importante da cultiura nova-iorquina, assim como os judeus (de fato, em todos os EUA). Uma curiosidade: Giovanni da Verrazano foi o primeiro europeu a explorar a região de Nova York, em 1524. Quase 100 anos depois, Henry Hudson subiu o rio que leva o seu nome. Mas, foram os colonos holandeses que realmente começaram a desenvolver a cidade, que foi Nova Amsterdam até ser retomada pelos ingleses e rebatizada. Reza a lenda que os eles haviam comprado a ilha de Manhattan dos índios nativos locais americanos por 60 florins (aproxim.US$ 24) em mercadorias. (!!)
E na geografia das cidades multiculturais, a Itália faz fronteira com...a China! Não cheguei a me aventurar muito por Chinatown mas quase achei que ia precisar do passaporte pra atravessar a rua pra lá rsrs.
Uma boa dica é que os museus sempre oferecem um dia da semana grátis. Eu aproveitei o dia do MoMA e fui. Sim, fica lotado, mas valeu  a pena pois havia gasto (bem gastos) vários dólares em concertos e num musical e...economizei US25. Les Demoiselles d'Avignon de Picasso, e outro dos meus preferidos, Noite Estrelada de Van Gogh, estão lá. Maravilhoso.
Numa dessas minhas andanças aprendi também sobre a História recente dali. Sabiam que nos anos 70 as autoridades distribuíam um “guia” com recomendações de segurança para quem visitasse a cidade? “Welcome to the Fear City”. (!!!!) Assim como Los Angeles e Chicago, que sofreram com graves Riots (“motins”, “distúrbios”) e tensões sociais e raciais nos anos 60 e 70, NY soube dar a volta por cima e se reinventar.
A cultura negra é também muito forte ali, vi “clones” de Samuel L. Jackson várias vezes pelas ruas rsrs, e os caras têm uma forma de falar que parece que saíram de um seriado ou em qualquer momento soltam um blues daqueles. De fato, os que tocam no metrô passam por uma seleção do Governo para conseguirem suas licenças. Só fera, cara!

A última tarde reservei para dar uma voltinha no Central Park e assitir a um concerto natalino da Orquestra Filarmônica de NY. Os libretos, além do programa, vinham com a letra de “Noite Feliz” impressa. Ao final da apresentação o Maestro convidou o público a entoar a canção. Foi mágico e as lágrimas rolaram com a emoção daquela música naquele momento do ano que eu adoro. A cortina desceu da forma mais linda possível. Fim de ato. Era hora de retornar a Miami e preparar a ida à Disney com minhas sobrinhas.
Ah sim, não duvido mais...I love NY!


*Big Apple é um dos mais famosos apelidos de Nova York. 
No início dos anos 20, "apple" (maçã) era uma palavra usada em relação a corridas de cavalos em New York City. "Apple" seriam os prêmios concedidos nas corridas -- como eram corridas importantes, os prêmios eram substanciais. Um escritor do New York Morning Telegraph, John Fitzgerald, se referiu às corridas de Nova York como "Around the Big Apple". Acredita-se que Fitzgeral tenha ouvido essa expressão de jockeys e treinadores de New Orleans que aspiravam em participar das corridas de Nova York, referindo-se a "Big Apple". 

No final dos anos 20 e início dos anos 30, os músicos de jazz começaram a referir a Nova York como "The Big Apple". Um ditado antigo do show business dizia "There are many apples on the tree, but only one Big Apple" (Há muitas maçãs na árvore, mas somente uma grande maçã). Como New York City era o lugar preferido para se apresentar, era chamada "The Big Apple".
(fonte: www.visitnewyork.com.br)


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